O Caminhante Branco

                                                                

Acredito que só podemos tentar transmitir ao outro aquilo que faz bater o nosso coração. Talvez seja por isso que os Oráculos sejam tão presente em minha vida, por honrar o Sagrado Feminino e a sabedoria que acompanham os mitos das Deusas em suas mais variadas representações, respondendo aos meus questionamentos mais profundos.

 Inspiro profundamente e solicito: O que a Deusa tem a me mostrar neste momento de dificuldade? 

Assim chega até a mim as Erínias, Divindade Tríade, abrindo meus olhos e meu coração. Chamando-me a parar e perceber que o momento é de Crise, mas esta por ser minha ou de alguém que muito cara a mim.   Junto à reflexão, também trago a sugestão da utilização de uma essência vibracional do sistema do Deserto – Crisis, indicada para aqueles momentos em que as crises parecem tomar conta das nossas vidas, uma essência que “nos habilita a estar presente no perigo aparente, de forma que possamos viver a oportunidade.”  E o aroma do óleo essencial de Gerânio alivia a tensão e a angústia gerados nos momentos de crise. Possibilitando-nos abrir o coração para vivenciarmos o novo que nos é oportunizado, e a equilibrar nossas emoções.  Juntos eles formam uma sinergia perfeita, podendo ser utilizado como spray para o ambiente e envolta de nos mesmos, atuando sobre o nosso campo áurico.

 As Erínias são representadas pela Tríade de três donzelas negras. Consideradas a força de retribuição, na Grécia matriarcal, na civilização Pré-Helênica. Carregavam consigo o impulso da vingança e punição para com aqueles que assassinassem os seus parentes. Entretanto, o ensinamento que nos deixa essas Divindades, não é o de vingança, mas sim entender o momento de crise e buscar o auxílio, seja ele qual for. “Na peça de Oréstia, do poeta Ésquilo, Orestes, o filho de Clitemnestra e de Agamenon – mata a mãe, enfurecendo assim as Erínias, que saíram em sua perseguição. Quando seu julgamento resultou num impasse, Atena, a Deusa da Sabedoria, foi chamada para dar o voto decisivo. Seu voto deixou Orestes livre de

qualquer castigo pelo matricídio. As Erínias, não satisfeitas, exigiram vingança. Atena consolou-as com promessas de rituais especiais em sua honra. Elas então receberam outro nome, as Eumênidas, ou “as benevolente”.” Conectar com essa face da Deusa é entender que ao solicitar ajuda, estaremos inseridas na totalidade do Universo, dissolvendo a energia que tenciona e instabiliza nossa psique.

 Não podemos permitir  que a  instabilidade gerada  pela crise tome conta de nosso ser, tornando-nos inertes frente aos infortúnios,  é necessário o chamado por socorro. Identifiquemos qual o setor de nossas vidas que se encontra abalado e busquemos ajuda. Em muitos momentos, sentimos-nos tão desencorajados que necessitamos de uma mão amiga, então pedimos a alguém especial para nós que nos auxilie, pois algo deve ser feito!

 Nossas dificuldades sempre afetam direta ou indiretamente os que nos são caros, não nos culpemos, é assim mesmo. Entretanto, não podemos nos distanciar dos ensinamentos das Erínias, cuidemos de nós, sejamos egoístas, sem culpar-nos. As Erínias nos ensinam que todos são capazes de lidar com suas próprias dificuldades e as crises geram crescimento e aceleradas transformações oportunizando um novo caminho. Mas, não esqueçamos, estendemos as mãos e pedimos ajuda.

 O oráculo além dos ensinamentos, sugere-nos um ritual de encontro com essa força benevolente, podendo ser executado a qualquer hora e em qualquer lugar, quantas vezes acharmos necessário:

 Podemos escolher qualquer lugar, seja em pé ou sentados. Fechemos os olhos. Inspiramos e expiramos lenta e profundamente. Sintamos, percebamos ou visualizemos um casulo sendo construído a nossa volta, com materiais que nos nutrem e confortam: tecidos das mais diversas texturas, flores, aromas, cristais, sons ou luzes. Um casulo formado por tudo que possa acalmar e acalentar nossos corações.

 Terminado de preencher o casulo e nos sentido fazer parte dele, inspiremos o amor e o conforto dele emana alimentando cada célula do nosso corpo. Neste momento, entreguemos às Erínias o problema que está nos afligindo. Deixando fluir em nós a sensação reconfortante, da entrega e da confiança, pois elas receberão nosso pedido de ajuda e cuidarão de nós e da crise que vivemos. Mantemo-nos no conforto do casulo até sentirmo-nos plenos. Quando estivermos prontos, inspiramos e expiramos lenta e profundamente mais uma vez, agradecemos. Abrimos os olhos e saímos do casulo. Lembremos, quando sentirmos necessidade, sempre podemos voltar para o nosso casulo.   

Bibliografia: 

MARASHINSKY, Amy Sophia. O Oráculo da Deusa – Um novo método de Advinhação. Editora Pensamento, São Paulo, 1997

PEREZ, Magda Spalding. Alma das Flores- Pequeno Dicionário de Essências Florais. DWD-designer